4º Capitulo - A Prisão sem muros

Os dias foram passando e Leonardo tentava viver á vida o mais feliz possível ao lado do seu novo amor, Klauton que sentia que o namorado estava preste a entrar em depressão por estar afastado da família. Sua família rejeitara por ter assumido, como também sua equipe de futebol da faculdade começou a afastar como se tivesse uma doença. Klauton tentava todas as maneiras animar o rapaz dizendo que chegaria um dia a vencer todos estes obstáculos.

Leonardo se sentia bem protegido e se sentia mais amado por Klauton. Tinha apenas um problema por estar do lado dele, sua duvida era: como seria uma noite com Klauton ? Tentava pensar como seria passar uma noite junto e como seria estar com um homem ? Ele sorria para o Klauton sempre que aproximava e não imaginava o que era fazer amor com tantos problemas na sua cabeça. Para sua surpresa aconteceu uma coisa inesperada quando estava no quarto arrumando suas roupas dentro do quarto.

Sua mãe, a Sra. Helena, estava entrando na casa do Klauton e com o rosto muito sério e Leonardo saberia que haveria discussão. Pensava assim mesmo – É minha mãe, mas virou as costas quando precisava – percebeu que seu pai havia ficado do lado de fora pra não criar confusão com a família de Klauton. A Sra. Lucia receberá com carinho, mas com olhar severo tentava não criar amizade com uma pessoa que não aceitava um filho que é homossexual.

- Vou chama-lo e tenta não menosprezar o garoto, pois esta chateado desde que saíste da sua casa.
- Vai me ensinar como educar o meu filho? Perguntou a Sra. Helena com ar de grosseria.
- Esta na minha casa e estou recebendo com educação. Não tenta agir com hipocrisia, pois não fui eu que chamei o seu filho de doente. Ele esta aqui, pois sabemos que o amor é mais forte.

A Sra. Lucia saiu da presença dela quando Leonardo apareceu. Ela colocou a mão no seu ombro dizendo que se precisasse de uma ajuda poderia chamar a todo custo e Leonardo assentiu sorrindo para Dona Lucia que ficou com olho estreito para a mãe do garoto. A Sra. Helena foi abraçar o filho, mas ele a afastou. Não soube por que tinha feito isso, Klauton apareceu e ficou olhando para mãe e filho. A Sra. Helena ficou um pouco constrangida de pedir pra ele sair e ganhar mais ódio do filho.

- Eu queria falar contigo. Queríamos que voltasse para casa.
- E aquele senhor que esta do lado de fora quer que eu volte pra casa?
- Aquele senhor é o seu pai.
- Aquilo não é um pai. Um pai de verdade apoiaria na decisão do filho ao invés de me bater como fosse um bandido.
- Seu pai arrependeu-se por ter feito isso contigo e podemos te ajudar. Algumas igrejas diz que isso é uma fase e pode ser curada.
O rosto de Leonardo doía por ter se lembrado da surra do seu pai e ficou mais nervoso pelo depoimento da sua mãe.
- Eu quero que vá embora. Estou bem saúde apesar dos machucados que obtive pelo que chamava de pai.
- Não filho! Podemos te ajudar e...
- SAI DAQUI E NÃO VOLTE A ME VER.

Leonardo saiu correndo para o quarto deixando a Sra. Helena chorando na frente da casa e a Sra. Lucia apareceu expulsando da casa como uma estranha qualquer. Klauton seguiu seu namorado que estava no fundo da casa sentado numa cadeira olhando o quadro da parede um sol iluminando a praia. Sabia que Leonardo não conseguia ser forte e o abraçou. Leonardo começou a chorar dizendo que a mãe era hipócrita por acreditar que era um desacerto do mundo.

- Tenha paciência, amor, um dia seus pais cairão na realidade. Temos que ter fé, mas vamos mudar de assunto e falar da seletiva que vai ter na outra semana.
- Não entendi?
- Semana que vem haverá uma seletiva de um time aqui na cidade e tenho certeza que você irá conseguir essa vaga pra jogar como um profissional.
- Acha que irá aceitar por ser um gay?
- Deixa de ser bobo. Você é o craque e eu tentarei na seletiva no handebol. Sou muito craque e tenho certeza que irei passar.

Os dois abraçaram e foram ao quarto quando ouviu a Sra. Lucia que viu os dois caminhando no corredor e foi gritando - USE CAMISINHA – O Jovem queria gritar pra mãe que não falasse ou nem gritasse essas coisas, a Sra. Lucia apenas gargalhou indo para o quarto falando que o mundo é assim e temos que precaver com tudo que acontecesse.

O sábado foi anoitecendo e o casal foi falando quase o tempo todo da seletiva quando adormeceram. Leonardo acordou na madrugada e viu Klauton ao seu lado e pela primeira vez olhava mais profundo o seu porte físico. Sentia o desejo de tocar naquela pele morena. Ao tentar colocar retirou rapidamente pensando como seria nas consequências. Klauton é um pouco mais forte e dormia tranquilamente. Leonardo pensou sair do quarto para passar a ansiedade quando viu que a porta estava trancada e levou um susto quando a luz do abajur havia acendido. Klauton sorria pra ele e Leonardo ficara avermelhado.

- Pensei que iria passar a mão no meu corpo!
- É eu... Bem... O que você disse?

Klauton sorriu e caminhou em direção ao Leonardo que ficou encurralado na parede que não sabia o que fazer. Deixou então o desejo elevar e Leonardo beijava intensamente um homem. Os dois caminharam até a cama de casal e Leonardo sorria com desejo estar com Klauton e a noite foi inesquecível para o jovem que havia medo no seu coração e agora sentia o mais amado do mundo.
No dia seguinte Leonardo acorda sendo abraçado pelo Klauton quando vê seu celular piscando por causa de mensagens. Ele viu as mensagens de algumas chamadas desconhecidas e ficara decepcionado.

“Não queremos você na seletiva, pois lugar de viado como você é no lixo”.
Levantou-se calmamente sem acordar o Klauton e começou olhar para a janela onde o sol raiava bem forte e dizia ao choro – eu fiz errado nascer assim? – olhou para o Klauton que dormia tranquilo e caminhou para a cama pensando como iria enfrentar novamente aquela segunda-feira de olhares maldosos. Sentia pressionado na parede onde os alunos podiam atirar alguma pedra ou bomba.

O seu namorado acordou com um sorriso e disse que foi a melhor noite que já teve. Saiu apressado da cama dizendo que iria trazer um café na cama. Leonardo sentia feliz estar do lado de uma pessoa que sempre quer o seu bem. O domingo estava bom e esquecer a faculdade seria muito bom e o trabalho era dado no banco da cidade comandado pelo próprio pai do Klauton.

O quarto abriu com Klauton trazendo o café da manha na cama e naquele momento as lembranças vieram quando a sua mãe servia o café na cama. O seu pai ensinava como soltar o primeiro papagaio. Aqueles eram o velho tempo distraído e foi preciso que Klauton gritasse para o namorado que voava nas nuvens.

- Eu sou muito feliz ao seu lado e agradeço por ter aparecido na minha vida.
Os dois beijaram e Klauton tinha um coração disparado que fez o café cair no colo do namorado que ficou bravo e logo sorriu.
- Eu te amo e vamos levantar, pois o dia amanheceu e vamos ter coragem para enfrentar o sol no almoço de domingo.

Leonardo sorriu para o Klauton, mas dentro do coração sentia a saudade de ter o carinho do pai e da mãe quando seus pensamentos foram interrompidos pelos batidos da porta. Solene entrara dizendo que havia uma ligação do pai do Leonardo na sala de estar.

- Como seu pai sabe o numero do telefone de casa?
- Ele é delegado da cidade !

O jovem caminhou para sala de estar e o telefone estava fora do gancho que estava preste ser atendido, o Sr. Malvino estava na sala de estar lendo o jornal. O pai de Leonardo, o S. Marcel pedira um encontro pra conversar entre pai e filho e Leonardo concordou.

- Tem certeza que precisa ir meu filho? Perguntou o Sr. Malvino ficou preocupado com a situação.
- Eu tenho que enfrenta-lo um dia, Sr. Malvino, estou pronto pra dizer que não há nada que ele possa fazer a não ser me aceitar.

O Sr. Malvino sorriu para o garoto e Klauton apareceu na sala e Leonardo explicou toda situação. Klauton olhou e disse que estava sentindo no coração que ele não deveria ir nesse encontro. Leonardo colocou sua mão no rosto dele e disse que era apenas uma conversa de pai pra filho. O Sr. Malvino foi dizendo pra levar o celular caso houvesse problema e caso terminasse o assunto ligasse imediatamente, pois agora pertencia a família.

O jovem Leonardo assentiu as obediências e foi preparar para o encontro com o pai. Tinha dizer que estava mais feliz e ninguém poderia tirar a sua felicidade e logo despediu de Klauton com um beijo de “eu te amo”. Klauton estava com as mãos suadas pensando se seria melhor acompanhar o namorado, mas Leonardo disse pra ficar tranquilo e seria uma conversa de pai pra filho. Os dois abraçaram fortemente e em seguida Leonardo despediu-se.

Chegando à cidade Leonardo se sentia forte naquele momento, não tinha mais medo e não demonstrava que iria ficar oprimido pelas ofensas do pai. Ele estava andando na calçada e viu seu pai sentado numa cadeira de um restaurante esperando por ele do outro lado da rua. Ele acenou para o pai. O pai assentiu para ele atravessar a rua para conversar no restaurante.
O momento foi muito rápido para o pai, Sr. Marcel, ver o filho atravessar a rua e ser atropelado por um carro desconhecido e Leonardo cair no chão como uma arvore caindo ao chão. O desespero do pai foi mais forte. Não queria perder o filho daquela maneira. Sentia culpado pela ocasião do filho estar caído no chão e correu mais depressa possível tropeçando nas cadeiras do restaurante. Colocou a mão no seu filho que sangrava pela boca e começou a chorar em desespero.

- POR FAVOR! AJUDEM-ME. O MEU FILHO TEM QUE VIVER –dizia para as pessoas que estavam em volta- LEONARDO, ACORDE, ME PERDOE.

Poucos minutos a ambulância apareceu pra prestar socorro e o Sr. Marcel acompanhou o filho para o hospital. O rapaz foi internado as pressas pelo estado grave da situação, o pai chorava e não saberia explicar pra sua mulher ou para os outros. O médico apareceu depois de uma hora e ficou a frente do pai que estava nervoso e desespero.

- O meu filho, doutor, posso vê-lo?
- Ele esta em coma reduzido.

Fizemos a nossa parte e dependerá de Deus pra que seu filho acorde. Tenha fé. Podemos mostrar onde ele está, mas não pode ficar muito tempo.
O pai concordou rapidamente e seguiu o medico. Abriu a porta e viu seu filho com aparelho que fazia sobreviver. O Sr. Marcel desabou em prantos de choro.

- Me perdoe meu filho...